sábado, 30 de maio de 2009

FEDERICO GARCIA LORCA



















Venho apresentar um autor que vem de terras Além-Mar e que por nossa deficiência e/ou desleixo poucos conhecem, incluo a mim mesmo, durante a semana bastante tulmutuada, por sinal, abri pequenos espaços para me debruçar sobre VIDA e OBRA de Garcia Lorca, autor que chegou até mim pelo filme CAZUZA, coincidência ou não um poeta me levou ao outro. Nascido em 1898 em uma pequena localidade da Andaluzia, ingressando na faculdade de Direito em Madri-1914, não demora seu espírito sensível, seus pensamentos avançados e idéias comunistas e homossexuais o colocam em contato com os grandes artistas Salvador Dali e Luis Buñuel, no mesmo período lança suas primeiras obras, Impressões e Paisagens, Poemas do Canto Fundo, Romancero Gitano onde se encontram suas referências e impressões de Andaluzia, durante estada nos Estados Unidos ainda que com as péssimas analises feitas observou a miséria e o contraste produzido no seio do Capitalismo fortalecendo ainda mais suas tendências comuninstas, espressando seu horror pela civilização mecanizada nos poemas surrealistas Poeta em Nova Iorque. Regressando a Espanha cria o grupo teatral LA BARRACA, a situação política na Espanha é conturbada entre a disputa pelo Poder entre a direita e a esquerda ambos vem a formar grupos armados na forma de milícias, a economia que apesar da Crise de 1929 mantem-se crescendo especialmente na Catalunha, região industrial, faz acirarem se as disputas dentro da Democracia recente, é vítima de Golpe Militar que impõe a Esapnha a face mais cruel do Facismo.Não demora muito a perseguição à artistas e intelectuais. Refugiando- se em Granada Federico não escapa a perseguição e é preso sob a seguinte argumento "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver" é assassinado em 19 de agosto de 1936 .

ALMA AUSENTE

Tradução de Antonio Miranda


Não te conhece o touro nem a figueira,

nem cavalos nem formigas de tua casa.

Não te conhece o menino nem a tarde

porque já morreste para sempre.

Não te conhece o lombo da pedra,

Nem o raso negro onde te destroças.

Não te conhece a lembrança muda

Porque já morreste para sempre.

O outono virá com suas conchas,

uva de névoa e montes agrupados,

mas ninguém virá olhar teus olhos

porque já morreste para sempre.

Porque já morreste para sempre,

como todos os mortos da Terra,

como todos os mortos esquecidos

em um monte de cães apagados.

Ninguém te reconhece. Não. Mas eu te louvo.

Eu canto desde já teu perfil e tua graça.

A madurez insigne de teu conhecimento.

Tua apetência de morte e o gosto de sua boca.

A tristeza que teve tua valente alegria.

Tardará muito tempo em nascer, se é que nasce,

um andaluz tão claro, tão pleno de ventura.

Eu canto sua elegância com palavras que gemem

e relembro uma brisa triste pelas oliveiras.

1935

terça-feira, 12 de maio de 2009

ODE A ADRIANA




Agradeço-te pelos versos simples
Nas tardes azul-turqueza,
Acompanhia inefável,
Se tudo pode acontencer,
Só poderia ser você
A nos comover com o Calor
envolvente da tua sua voz

As Mentiras de Amor
Que me confessas
Refletem no olhar e
Espalham-se Pelos Ares

"Faz de mim, Sua
Ainda que por um instante"
Diz Metade de mim
A outra se cala Justo Agora...

Para que amendoeiras?
Depois de ter você?!
Então Vambora,
Vamos comer Caetano

Desculpem os versos, as rimas, mas assistindo ao dvd da Adriana Calcanhoto durante a tarde de Domingo ele resistia a martelar minha cabeça até que lhe dei forma, e o vendo agora sei que só tentou agradecer por si e por mim a Companhia, dessa cantora brilhante.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

PANIS ET CIRCENSES


É uma faixa do disco intitulado Tropicalia, que sucedeu a uma exposição artítica homônima, o disco é ótimo, garanto. Uma dessas preciosidades singulares da nossa música que nos enchem de orgulho de sermos Brasileiros, o Brasil lindo como nesta tela de Militão dos Santos, artista pernambucano, sim um país tropical, "País do Futuro", detesto essa expressão que a classe política vende deslavadamente, numa hipocrisia...enfim. Mas como primeira mensagem quero deixar um Brasil Esperançoso, não esse vendido numa propaganda partidária que faz da miséria do povo, estatísticas, e da corrupção, uma marca cultural, eu como jovem Quero mais, Mereço mais, uma Educação de qualidade ao alcance de todos, um tratamento de Saúde digno a todos que necessitam, Cidadania, Respeito. Não posso crer que também a minha geração não o queira grande e forte(acredito que já até o tenhamos assim), o que nos falta é a humanidade de enxergar o próximo como a nós mesmos e ter convicção que desigualdade é problema social, talvez assim tenhamos uma Nação no seu sentido mais amplo.
O momento em que um negro é eleito presidente dos EUA (só acha isso pouco quem não tem o tal tom de pele "moreninho", porque negro é uma palavra forte demais) é um marco pra o Mundo, e a ocasião perfeita para nos repensarmos, repensar, rever, mudar, palavras que desconstroem convicções, barreiras, tabus, então sejamos vivazes como Carmem Miranda, impetuosos como Leila Diniz, generosos como Betinho, verdadeiros como Cazuza, e vivamos essa efervecência Tropical, que nos dá esse tempero quente e envolvente das personagens de Jorge Amado.